Mensagens

A mostrar mensagens de julho, 2006

Expresso 1761

No Actual, amanhã nas bancas: >Futuros com Who Needs Actions When You Got Words, de Plan B .

1992

(Recapitulando: Listas de discos do ano que faço desde 1982 - é só procurar as anteriores a 92 no arquivo deste blogue. Dizem o que gostava no momento em que as fiz - i.e., nos anos em questão, salvo infelizes "remendos" estalinistas nas primeiras listas, devidamente identificados -, não dizem se ainda gosto do que gostava, ou se gosto tanto como então gostava. Alguns discos até devem estar na lista do ano errado. Paciência. De 92 quase nada ouço agora, de alguns nem me lembro - já não sei o que faziam os Idefix. Relaciono-me com muito pouco disto agora, são poucos os que me imagino sequer a escutar agora (excepto Orb, FSoL, Fatima Mansions, R.E.M., S.Vega, Stereo MCs), e bastantes aqueles que dificilmente aguentariam um embate auditivo neste momento (Hiphoprisy, Pavement, T.Waits, RHPainters, LReed, NCave, PJHarvey, MRMasónica,...). Explicações? Talvez porque 92 esteja agora naquele intervalo temporal onde reina a exaustão: ainda na antecâmara de um passado remoto e reapreci

Londres

12 coisas sobre Londres em dois dias de Julho: A cidade está preparada para o frio. Não está preparada para o calor. Com temperaturas acima dos 30 graus durante o dia e pouco abaixo dos 20 à noite, torna-se uma versão imensamente superior do Algarve: mais ou menos a mesma população, se bem que com muito mais estilo; infelizmente sem as praias. Por toda a parte surgem ventoinhas e caixotes de ar condicionado portátil. Por toda a parte menos no metro, que se transforma num inferno. Mais calor = mais poluição. A rede de metro parece derreter-se ao Sol. Há várias estações encerradas para restauro, com previsão de abertura para o fim deste ano ou para algures em 2007. Há linhas com os horários estraçalhados – “falhas de comunicação”, dizem as vozes off; quando uma composição se materializa, ou vem tão cheia que nem se sai do cais de embarque, ou se entra e se começa a derreter em suor. Há estações que fecham de repente porque o tráfego está marado e que reabrem cinco minutos depois. Há esta

Hot 97

A estação de rádio, o edifício, os tiroteios, o hip-hop, Nova Iorque, a máfia, os carpinteiros, os elevadores, as sessões de estalos ao vivo em directo, a mulher branca de Ice-T... Tudo em The New Yorker .

Livros II

Já de 1991, mas aparentemente com o tipo de ligações interculturais que interessam ser pensadas: Citadel Culture , de O. K. Werckmeister.

K-Green

"At least since More Brilliant Than Sun , disco, techno and house's (non)roots in white synthetics have been exposed - Moroder inducting Donna Summer into a labyrinth of synthesizers, Chic wanting to be Roxy Music, Cybotron stealing Ultravox's accents and sound - but Cupid & Psyche's function as a template for contemporary R and B is far less rehearsed. Specifically via its influence on Jam and Lewis's production of Janet Jackson's epochal Control, but more generally through its intuition - or entrepreneurial leap - that the flesh and blood of (what was then called) Soul could be sutured with hip hop's artificiality and abstraction machine, Cupid & Psyche instituted a 'new paradigm' for globalized Pop." (K-Punk, a partir de White Bread Black Beer, dos Scritti Politti. Texto completo. )

Livros I

Um deste ano, outro de 1989. Com desejo de ler ambos. O deste ano: A Voice and Nothing But , de Mladen Dolar. O de 1989: Zoot Suits and Second-Hand Dresses: An Anthology of Fashion and Music , compilação de textos coordenada por Angela McRobbie.

Frieze

Sem desculpa, sem desculpa, mas só dei pela existência desta muito interessante revista de arte e cultura contemporânea há coisa de um mês na livraria do MACBA, em Barcelona, num intervalo do Sónar. (A edição que comprei, de Abril, dava capa a Jonas Mekas e trazia entrevistas com os Kraftwerk e os Throbbing Gristle - mostram a capa do álbum novo, Part Two - The Endless Knot, a sair em breve -, e fotografias de e comentadas por Jon Savage de uma Londres deserta e de arrabalde dos 1970s punk.) Alguém faz ideia onde se pode comprar esta revista no Porto ou em Lisboa? [A Frieze foi acrescentada à lista de ligações aqui à esquerda, assim como os blogs do Ricardo e do Jorge , e um interessante site sobre livros, para mim também novidade, chamado Boldtype .]

Foxx Crash Ballard

Não passem ao lado desta estupenda entrevista com John Foxx (alguém já ouviu o seu novo álbum, Tiny Colour Movies?), que lida com a influência do imaginário e da escrita de J.G. Ballard na sua música e nos seus textos, e termina com uma visão já não tão prospectiva quanto isso do futuro do cinema.

Syd Barrett R.I.P.

Bora lá tentar manter os trocadilhos com "crazy diamond" a um nível baixito, ok?

Mundial

Há uma crónica no JN de hoje do Francisco José Viegas que diz 98% do que me apetece dizer sobre Portugal no mundial de futebol. Sobretudo, ainda bem que diz isto: "Figo, como Ronaldo, é a prova de que não vão conseguir impor aquele futebol sem arte, sem imaginação e sem originalidade (o da Inglaterra, por exemplo). Pode haver "espírito de grupo" (como os peregrinos à Santa), "união no grupo de trabalho" (como se fosse uma comissão excursionista) e até burrice promovida a estratégia ganhadora - mas sem talento não há golos." E não vale a pena perder muito mais tempo com o assunto. Sim, a Família do seleccionador foi mais longe do que seria de esperar. Os jogos foram de uma sonolência desesperante, tirando o jogo com a Holanda, que não foi sonolento por causa da porrada. Jogadores com garra, imaginação e força ficaram de fora porque o caixilho para os Amigos é, imagino, apertadinho. Não faltou quem voltasse a meter na misturadora patriotismo, unanimismo a ma

Pill Box (reprise)

Ian Penman, de novo: "At the same time - even tho' I personally prefer Dustep to Grime**, I suspect that Grime 's "fate" - that it will just pop like a pimple and disappear, or mutate into some sarky and cheap and sulky and naaasty "new" variant - is by far the better option than what will probably happen toDubstep ... Mercury Prizes, concept albums, jazz rock noodle time on Jools Holland, MASS ACCLAIM... a thousand points of media light."

Peter Lamborn Wilson

citação de citação de entrevista citada na Pill Box . Os sublinhados são meus, mesmo que tudo o que aqui se lê, sublinhado ou não, seja de reflexão incontornável: PLW: "I would say that I think there really does have to be a refusal of what's called "information" on behalf of what we might call "knowledge," or even "wisdom" if you wanted to use dangerous words. My personal response to this is to refuse the data. You know, how much more do I need to know? Do I really need to know over and over and over again that governments are bad and that human beings are made to suffer? Do I need to know a thousand new details about the ways in which poor humanity is being stepped on once again? Is that really news? It's also a psychological truth that information that you don't work for, that you don't go after, that you don't struggle to get, really doesn't mean very much to you on a deep level. So when you can press a button and get 6,000

I será que Pod?

Cortesia de outro IP. No caso, Ian Penman: They sleep 100 to a room, toil for 15 hours a day and are paid just £27 month.

Futebol

Há um texto genial (repito: genial) (repito: genial) do David Stubbs aka wingco no fórum One Touch Football a propósito do Portugal - Inglaterra. O jogo não teve categoria para merecer texto tão inspirado. The Portuguese have, of course, met England very recently - in 1966. It was then that they brought to these shores Eusebio, one of the very first negroes. While this was amusing in certain respects, I felt it was a dangerous act of importation.